O Cineclube Soberano continua o Ciclo Alexander Mackendrick com exibição e debate de Martírio Do Silêncio.
Confira a apresentação do Ciclo:
“Alexander Mackendrick foi um dos grandes diretores com os quais a indústria não foi gentil; um dos maiores nomes no rol dos diretores esquecidos/subestimados. Mackendrick filmou enquanto pôde. Quando os estúdios começaram a lhe exigir 90% de seu tempo fazendo negócios e 10% fazendo cinema (ao invés dos 50/50 com os quais ele dizia conseguir conviver), Mackendrick percebeu estar na profissão errada. Em vez da carreira de cineasta, tornou-se o primeiro reitor, e logo depois, professor da escola de cinema da CalArts, onde passou os últimos 30 anos da carreira sendo um dos professores de cinema mais reverenciados da sua geração. Porém, dos anos 1940 até o fim dos 1960 foi cineasta, se estabelecendo já nos primeiros filmes como um dos melhores diretores das comédias dos famosos estúdios Ealing, na Inglaterra. Lá, Mackendrick e os outros diretores encontravam uma liberdade incomum para trabalhar com cinema. Portanto, quando nos anos 1960 filmou nos Estados Unidos ou para outros estúdios, começou a encontrar dificuldades. Como resultado, acabava sendo demitido de produções ou tendo cenas cortadas nas versões finais. Talvez pela sua falta de traquejo ao lidar com aquilo que não deveria importar, Alexander Mackendrick não é um nome que evoca outros de seus grandes filmes além de “A Embriaguez do Sucesso” e “Quinteto da Morte”. Sua inteligência o permitiu uma vida de sucesso como professor e, além de seu legado pedagógico, uma filmografia quase que inteiramente subestimada (ao menos fora da Inglaterra) e constantemente sendo redescoberta.
Como cineasta, era o melhor tipo de professor, aquele que explica e deixa claro sem ser redundante e, principalmente, sem subestimar o público. Aquele que consegue, de forma evidente e prática, trazer à tona coisas que até então pareciam residir somente no campo do inexplicável e das sensações. Mackendrick falava sobre a existência de uma “gramática do cinema”. Nessa gramática ele foi sem dúvidas um dos diretores mais proficientes. Eis aqui um domínio completo, e é através dele que Mackendrick chegava ao sentimento humano.”
Sinopse: Harry e Christine Garland tem uma filha surda, Mandy. Quando percebem a situação da filha, levam-na para aulas de educação especial, acreditando que isso a fará conseguir falar. Ao mesmo tempo, o casamento não está indo muito bem. Continuar lendo →